quarta-feira, maio 12, 2004

A Amargura Escondida...

Da janela conseguia ver o fogo que cruzava o céu, como um anjo da morte que assinala o fim dos tempos. Apesar de sentir o coração a palpitar e de saber que nenhum ser humano respiraria na manhã seguinte os meus olhos tremiam de tristeza quando olhavam para as silhuetas perplexas que reflectiam no do vidro da janela. Eles olhavam-se tristemente. Olhavam-se e as lágrimas que escorriam diziam "Não fiz o que queria". Estavam como sempre estiveram: inibidos, suturnos, comprimidos na pequenez de suas vidas.
Gritei "Não estejam assim...". Disse baixinho "Não estejam assim...".
Abraçaram-se. Não por amor, não para sentir segurança, mas porque não tinham mais nada. E foi por isso que morri a odia-los.

Quando acordei ainda sentia o sabor amargo desse sentimento. Ainda hoje o sinto e guardo-o numa caixinha negra que abro quando a necessidade do auto-flagelo é maior que a racionalidade de não o fazer.
As clausuras a que nos subtemos diariamente são a pior forma de ditadura. Nós somos os nossos piores ditadores. E não há melhor Polícia do Pensamento que o nosso próprio inconsciente...

sábado, maio 01, 2004

por vezes as coisas não são o que parecem. Olhamos pro lado e quando voltamos a olhar já não lá estão. Fechamos os olhos e quando abrimos parecem algo completamente diferente... é a vida no seu explendor!




=)