segunda-feira, novembro 01, 2004

O Acidente

E de repente, num segundo, deixei de poder estar com ela. Pedaços do seu crânio a voar em frente aos meus olhos. Caindo no prato do homem gordo. Caindo na cesta do pão. Caindo no cinzeiro. Como um balão. Não posso mais olhar nos seus olhos. Os gritos estéricos em forma de cinema mudo numa sala salpicada de vermelho. E eu sozinho. Deixa-me comer essa última bala. Por favor.

Sou um primata.
Sou um primata.
Sou um primata.